segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

ESPELHO

Estou sofrendo
A dor
Do Amor.

É mistura,
Alegria, sonho,
Sentimento
Multicor...


Na poesia
O descansaço
Do labor.


Melancólico Homem
Com socorro
A luz
Do próprio
Refletor.

AGNÓSTICO

SURDO O SOU
FALANDO TENTO
OUVIR
O QUE OS OLHOS
NÃO ENXERGAM
E A MENTE
NÃO CONTEMPLA.
QUEM SOU? 

                                                                                                          11.03.2011

TRANSPORTAR

Na plenitude
Do tempo
Transporto-me
Ao templo
Onde há ruína
E vento.


Busco o sagrado
Símbolo da existência
Não aguento
O sino cansado
E uma cruz
Que não retine.


De volta
Do vagar
Sem intento
Preciso de pílulas
Para dormir
Talvez sejam
O meu novo invento.

ALGO ASSIM

Algo que vejo
Observo
As vezes,
Almejo.

Algo que veio
Sinto
Sempre,
Respeito.

Algo que tens
Enxergo
Vou além,
Exacerbo.

Algo que tenho
Não sei
Penso, penso,
Pensei...

ANDANÇAS

Tudo anda
Muito solto
Agora a pouco,
Não ouvi
A minha
Voz.

Tudo anda
Muito louco
O suor do corpo
Exalando
Com o éter,
Um sopro...

Tudo anda
Muito olho
Num conta-gotas,
O encánio
Do contra-gosto.

Tudo anda
Muito torto
Até o cristo de madeira
Parece não estar morto.

DESABAFO

Monosílabos átonos
Ditongos nasais
Invento letras
E algo mais.


Consoantes anais
Letrados encarcerados
Escritores invertebrados
Jornalistas de currais.


Toda cena se completa
nas orgias brutais
e as crianças,
assistindo aos telejornais.

ÓCULUS

Não descansa
A dor
Sempre o meu
Corpo
A me amparar.

Uma cruz
No formato
Dos meus braços
A me
Consolar.

Tristes ventos
Insólidos cataclismas
Uma febre
A me animar.

Linda história
Dizem :
Compreendo-os,
Amanhã
Vou operar.

                                                                                                             25.09.2011

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

OS POETAS

Os Poetas
Sonham ser
Eternos.

Constroem
Os seus
Mundos.

E vivem
Por aí
No picadeiro
Da vida.

São Atores,
Atrozes,
Malabaristas,
Palhaços,
Médicos,
Psicólogos...

Os  Poetas
São seres
Imortais,
Embebecidos
De solidão.


                                                                                                              01.09.2011

REMINISCÊNCIAS

E pensar
No que
Sonhei
Como se
O sonho
Não fosse
A realidade,
De mim.


Enquanto
Os escritos
Antropológicos
Sugerem seguir
Querem me fazer
Parar...
Como se
Fosse possível.


E  viajar
No que
Imaginei
Como se
A imaginação
Não estivesse
No ideário,
De mim.

DOCE MINA

Doce encanto
De  Mulher
Com pele
De Menina.

Tua fala
Me enlouqueçe
Tua voz
Me fascina.

E num gesto
De Menino
Cantar em versos
Tu és divina.

Quer o Poeta
O pobre sonhador
A Musa
Que o alucina.

Na ciranda da Vida
Encontrar-te
Sem saber
O que nos destina.




                                                                                                                   18.05.2011

ENSAIO

Como é belo o sonhar, pensar no beijo, no gosto do queijo, no beijo do beijo, até mesmo, no beijo da Mulher Aranha.
No meio do trânsito louco, perto ao meio fio, o monte de lixo que nos revela a aglutinação de moradores de um comjunto habitacional popular, sem uma coleta seletiva de pessoas, que trafegam apressadas em meio aos escombros do novo.
O peito a doer, um comprimido sub-lingual a trazer de volta, a freqüência dinâmica do ritmo do meu coração, que já não parece trabalhar tão bem, como outrora...
Imagino como seria para você chegar em Songa ( São Gonçalo dos Campos, carinhosamente), justamente no dia do meu funeral, rsrsrsrsrs.... Morreu! Morreu de enfarto, de um susto, de uma forte emoção, de entupimento das coronárias, morreu de morte, morreu feliz, morreu de amor! Morreu realmente ?!
Era poeta dos bons, nordestino retado, enfileirado na labuta da boa prosa, defensor dos excluídos, sonhador de bons sonhos, estoriador de primeira, a conversa agradável, e, não havia quem não gostasse, pescador de grandes feitos, homem de leitura popular, feitura D'Roça, desde que estudará na cidade de Sant'Ana...
O que com a morte se cria, no imaginário se fantasia... Será que chorarias a minha morte, por uma viuvez ou coisa parecida? Rsrsrsrs... Acho que sim, porque não existe morte boa, se não houver bom gosto, e o gostoso, é chorar..."Chora viola chora, chora meu bem querer..." Porque para falarmos de amor, precisamos filosofar a dor, já que dor, é remédio, e amor, intermédio de pensador ( pensar a dor)... Tudo se mistura, vida, morte, amor, ódio, pensar, refletir... antropolizar o que sentimos, e, se dessistimos, não tem porque parar, "parou , porque, porque parou?... ".
E nessa ciranda do cotidiano ver no meio fio, pessoas que atravessam calçadas, em vez de lixo, apartamentos de vida, em vez de escombros de construtora, Morte e Vida Antonina, como fala nordestina, de uma vida de vida, que quero nos alimentar, Morte e Vida Severina, isto sim, é morte e vida, e, é só para ensaiar... Morte  e Vida , nossa de cada dia...

                                                                                                                           16.02.2011

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

FINITO


Antônio Ribeiro

INFINITO

O MEU AMOR



INFINITO

NOSSO SER



INFINITO PENSAR

OS BEIJOS SEUS



INFINITO

TER VOCÊ


INFINITO...



SOMOS INFINITOS

FINITO.

Brincando de Ioiô

                                                                                          
Pr Antônio Ribeiro

Hoje é o meu 118° dia de estadia aqui no hotel, digo, Hospital das Clínicas em Salvador-Ba e, ouvir o meu silêncio tem sido um exercício diário na construção, desconstrução e edificação literal do meu “pensar”, o que me traz lógica para refletir sobre as próprias verdades, tropeçando na maioria das vezes, subindo e descendo, tentando alcançar o degrau do imaginário construído pelos meus achismos e experiências pessoais.
Quem na vida não brincou de ioiô? Desce-sobe...Sempre desce primeiro, depois, talvez suba. Para ele subir direito é preciso darmos um puxão, porém, se largarmos o ioiô ele se desenrolará, e a depender do impulso, poderá subir novamente, ou não. Ao encerrar a brincadeira, o melhor é fazê-lo subir por inteiro e toma-lo na mão. Se ele ficar em baixo sobrará aquele fio solto inconveniente, que poderá embaraçar. Assim tem sido a minha vida nestes últimos meses.
Já me “hospedei” aqui, neste período, em seis apartamentos, em andares distintos e, entre subidas e descidas, tenho me visitado com o encantamento do encontro e/ou reencontro comigo mesmo. Algo esplêndido! Sensação de estar nu diante de si mesmo.
E como diz o versículo 7 da nossa leitura: “Ainda que eu passe por angústias” (descer)... “Estendes a tua mão direita e me livras” (Subir). Sendo esta a dinâmica da minha vida.
É verdade que conseguimos subir de novo um pouco mas de desce-sobe em desce-sobe, quem nos segura mesmo lá em cima é DEUS.
Assim Seja!
Salvador, 17 de Novembro de 2011